sábado, 11 de setembro de 2010

Henry e o Tempo - Post IV - A noiva de Rá

NO ÚLTIMO EPISÓDIO DE HENRY

“Henry e Moisés retornaram do passado para um novo presente desconhecido, onde a vilã Emma Tefnet comandava, agora sob o título de deusa da escravidão, aquela que matava o povo. As ruas de todo Egito estavam sujas, repletas de corpos e vermes. No subterrâneo da nova capital, Henry conheceu J-Zus, o rapper, que se juntou a nossos heróis nessa maravilhosa aventura. Com a ajuda do novo companheiro, conseguiram invadir a fortaleza de Tefnet e escapar da horda de robôs e soldados da tirana, a custo da vida do novo amigo.”
Nossos heróis aproximavam-se, agora, do estágio final da missão. Precisariam encontrar Tefnet e bolar uma maneira de salvar o presente. Estavam agora no saguão sul da ala noroeste da fortaleza da vilã, a apenas alguns passos de sua sala real. Tudo parecia bastante calmo e Henry já sabia muito bem o que isso significava.

Uma porta, ao fundo da sala onde estavam se abriu e Emma Tefnet surgiu, sorridente, e agora com cabeça de leoa. Disse que não tinha fé de que Henry venceria Anúbis, tampouco que conseguiria alcançar o interior de sua fortaleza. Por fim, disse que de nada tinha adiantado todo seu esforço, pois o seu fim era inevitável.

A vilã arrancou uma Ankh de seu bolso e invocou os mais poderosos espíritos do antigo Egito. As paredes de todo o prédio começaram a rachar-se, enquanto formava-se diante dos seus olhos uma imensa bola negra de energia.

Henry olhou nos olhos de Moisés e pediu para que o velho orasse, enquanto tirava de seu bolso esquerdo uma caixa de fósforos. O velho barbudo o fez e, à medida que concentrava mais poder em sua oração, a luz do sol se apagava, envolvendo-os em imensa treva, dissipada apenas pela pequena luz do palito nas mãos do arqueólogo. Henry estava tomado por ódio, talvez por imaginar um futuro sem seus amigos arqueólogos, por pensar no sacrifício de J-Zus, por não aceitar um Egito sem a felicidade que sempre contemplava a cada manhã. Nosso herói olhou para Moisés e instruiu-o para que transferisse o poder das trevas que criara para a chama em suas mãos. O velho Moisa entrou em oração, enquanto toda a escuridão foi tomando, por completo, a chama no palito de fósforos de Henry, até que todo seu braço fosse tomado por uma imensa chama negra. Ele e Tefnet trocavam olhares de ódio, enquanto seguravam em suas mãos imensa energia das trevas. A parte direita da face de Henry estava sendo tomada por uma mancha negra enquanto seus olhos avermelhavam ofuscantes. Tefnet lançou contra ele a imensa bola de energia, ao que o arqueólogo, dominado por uma força desconhecida, desviou sem qualquer problema. Preparou o punho para acertar a mais forte das porradas descritas em suas histórias bem na cara da vadia desprezível. A mão flamejante aproximava-se do rosto da tirana, quando uma imensa sombra surgiu por trás da mulher e um homem cara de gavião gigante lhe acertou o mais forte pontapé da história dos pontapés! Henry atravessou centenas de prédios, muralhas e estátuas da Tefnet, até cair, desacordado, do lado exterior da fortaleza da vilã, próximo ao que costumava ser a Central Arqueóloga.

Moisés foi aprisionado no subsolo da fortaleza Tefnet, entre corpos e até mesmo esqueletos de rebeldes que outrora a desafiaram. Seu cajado lhe foi retirado e o bom homem não tinha mais poderes os quais pudesse utilizar para sua fuga. O professor Wimperson também estava encarcerado. Tremia num canto da escura sala onde foi aprisionado, sem qualquer esperança de uma futura liberdade.

Tefnet persuadira o próprio Rá. O deus surgira bem no momento em que Henry lhe daria um fim. Como pôde o deus dos deuses se entregar aos encantos da mais cruel das cobras do Egito?

Henry despertou horas depois, numa manhã chuvosa de inverno. Não sabia como diabos havia chegado até ali, no ponto onde tudo havia começado. O esforço de tantos perdidos em vão. Seu coração enchia-se, minuto após minutos, com mais ódio pela desprazível Tefnet.

O arqueólogo se trancafiou no subsolo da Central Arqueóloga e deu início a um rígido treinamento, através do qual faria novamente seus passos até a sala da megera, porém, dessa vez, com sucesso.

Enquanto isso, nas masmorras subterrâneas da fortaleza Tefnet, uma sombra aproximou-se do cárcere de Moisés. O velho barbudo não conseguia ver quem se aproximava, mas ouvia a voz rouca e gasta do seu visitante. O homem disse a Moisés que estavam quites, não alcançaria sua paz eterna caso não retribuísse o favor que lhe fora concedido anos atrás, quando agiu com piedade. A porta da prisão de Moisés se abriu, ao que seu cajado era lançado para suas mãos.

Passaram-se alguns dias do treinamento e, enfim, o arqueólogo se sentia preparado para o combate de sua vida. Ouviu passos que se aproximavam de sua sala de treinamento e, imediatamente, acendeu um de seus fósforos. O homem que se aproximava trazia boas novas. Era J-Zus! Estava com umas roupas brancas e cabelo alisado. Falou que conheceu o pai dele e que o homem era foda, lhe dava tudo o que quisesse. Pena que só deu pra fazer uma visita rápida de três dias. Deu um relógio de ouro para Henry.

J-Zus reparou que Henry estava a dias sem comer, então partiu um pão e deu ao arqueólogo, que prontamente meteu-o boca adentro. Tinha um estranho gosto de carne humana, mas a fome de nosso herói falava mais alto.

Henry traçou todo seu plano B de invasão da fortaleza da vilã maldita. Fariam uma nova rota pela ala sul, até ultrapassarem os guardas da ala sudoeste, onde encontrariam uma entrada secreta subterrânea e... J-Zus interrompeu o rapaz. Disse que papai tinha lhe dado um upgrade.

Nosso bom e velho arqueólogo, acompanhado do fiel amigo J-Zus, que agora podia voar, sobrevoavam a torre principal da fortaleza Tefnet. Entrariam dessa vez pelo teto da sala principal de Emma. Podiam avistá-la fazendo amor com Rá (a cabeça de leoa com o cabeça de passarinho? Argh). J-Zus ficou todo assanhado. Era virgem o coitado. Fariam, naquele instante, um ataque surpresa, quando, de repente, todas as árvores que decoravam o lugar começaram a pegar fogo e falar, cobrando uns serviços não realizados por Moisés. O velho Moisa, Wimperson e Anúbis invadiram a sala, prontos para combate.

J-Zus desceu por sobre todos, luminoso e flutuante, carregando Henry nos braços.

Rá vestia suas calças e Tefnet seu vestido de tirana.

A batalha final estava prestes a começar!


To Be Continued...

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