Haviam
pássaros, haviam desejos, suspiros, passos e medo.
Haviam
rostos, haviam Pedros, laços brandiam segredos.
E eu me vi
nua, escrava tua, jogada no mar, feito âncora afogada.
As ondas no
rosto, o som, os passos na estrada.
Me entrego.
Sua voz seduz e de novo me entrego.
Não nego
teus olhares, recebo a sedução, me renego.
É remédio
que cura, é rua escura aguardando sua luz,
versando
para lua os sonetos em cântico que encantam minha alma.
De novo me
entrego, me jogo aos teus braços,
me perco, inerte
em tua pele, gentil, que me recebe sem negativa.
Sou escrava,
sou cativa, implicam nos versos verdade,
teu
português sedutor, semântica e é romântica tua ironia,
singela
romaria que enfrento a cada olhar dos teus nos dias meus.
Romantismo
duro e frio, que repete por aí para com tuas várias outras.
Ainda assim
me entrego.
Venero sua
autoridade, de mestre, de imperador.
É fogo que
me incendeia e sopro que me apaga.
É desejo
finito que reflete em dor sem fim.