quinta-feira, 15 de outubro de 2009

As Férias de Henry

Durante meus 14 anos de idade, eu criei, na sala de aula, ao acaso, um personagem sortudo, arqueólogo, chamado Henry. Foram várias as aventuras que escrevi do divertido herói. Algumas se perderam, outras eu guardo comigo até hoje e me divirto com o quão bobo eu era desde cedo. Muitas pessoas apreciaram o jovem herói, como outras o veem como bobeira do melhor calibre. Bem... Hoje me deu um surto e escrevi outro conto sobre ele... postei aqui exatamente para que expressem o que pensam sobre Henry, o arqueólogo.

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Henry observava, tristonho, o túmulo da mãe, de quem sentia muita falta nos últimos dias. Recordava a alegria em seu sorriso ao vê-la cozinhar e a desenvoltura com a qual limpava a casa. Os seus olhos, cheios de lágrimas, o fazia lembrar o quão feliz ele era antes de dedicar-se inteiramente à profissão de arqueólogo.

Estar em São Paulo lhe transmitia uma paz de espírito e um espírito de tranquilidade que ele já desconhecia nas ruas movimentadas do interior do Egito. Henry precisava de um pouco de paz e decidiu, sozinho, que tiraria férias.

A idéia inicial do nosso arqueólogo seria refazer os hobbies do passado, rever amigos e curtir algumas baladas.

Após uma visita à lojinha de jogos e brinquedos e artefatos de magia negra e demoníaca egípcia, resolveu que iniciaria seu mês de liberdade ressussitando, pela sexta vez, a mãe. Tinha tudo o que precisava ali na lojinha, que também vendia bonecas Lindeza, que falam, fazem pipi e são excelentes para vodu e magia negra e demoníaca egípcia, em geral.

A ressurreição foi um sucesso, tirando a parte em que a mulher insistia que subiria aos céus e só voltaria para destruir o mundo e julgar vivos e mortos, mas Henry já conhecia, de longa data, esse efeito colateral que sempre ocorre com recém ressussitados.

Rever a mãe foi maravilhoso. Ela cozinhou e arrumou a casa de Henry como ninguém faz, depois apareceu para uns amigos do arqueólogo, do clube de xadrez, menos um, que duvidou que a velha tava viva e o resto da história todo mundo conhece.

Depois de mandar a mãe de volta pro caixão, Henry foi visitar uma antiga namorada, no extremo oeste do Acre, de quem sentia saudades desde o último, e primeiro, encontro.

Chegando lá, encontrou a casa da menina abandonada e um bilhete, escrito, com sangue, que dizia: "Tô morando com tia Firmina no Rio Grande do Sul, ao lado da creche Menino Jesus". Henry, contente com a riqueza de informações do pequeno papel, decidiu partir para o sul do país para revê-la. O que seria fácil, já que sabia que a creche Menino Jesus ficava a duas quadras e três curvas para a direita da Padaria Pão de Ouro. Além de ter comprado sapatos Heavy Iron, aquele que aguenta o tranco. À venda em qualquer revendedor autorizado.

Dois anos e meio depois, Henry bate à porta de sua antiga amada e descobre que ela morreu de Aids por causa do Carlão. Nosso arqueólogo não se entristeceu pois, afinal de contas, pôde conhecer tia Firmina.

Lembrou que ali perto morava um velho amigo de infância, Carlinhos Fura Fura. Rapaz muito simpático com todas as suas namoradas do passado que, por sinal, Henry não deixou de citar durante o papo com o amigo, e vejam só que coincidência; morreram de Aids, após dar pra certo Carlão. Riram muito desse assunto.

De volta a São Paulo, Henry lembrou-se de um amigo baladeiro que muitos diziam, para o ódio do arqueólogo, que era gay, só porque foi pego, na escola, beijando o zíper da bermuda do Carlinhos Fura Fura. Mas, depois de um tempo, Henry nem ligava mais, porque o Tuttinho tinha explicado, e só ele sabia, que ele era meio cego, como a falecida mãe do arqueólogo, e tinha confundido a bermuda do Carlinhos com a Zuleica, por quem era apaixonado.

Saíram, à noite, pra uma festa muito legal onde só entram homens, vestidos de mulher e o tema é Ataque das Lésbicas. E o mais legal é que todos tinham que desempenhar seus papéis muito bem, porque Tuttinho disse que a melhor fantasia de lésbica levava para casa um prêmio enorme.

Henry bebeu tanto que nem se lembrava quem faturou o prêmio, mas estava feliz por Tuttinho tê-lo levado até em casa e o vigiado a noite toda.

O arqueólogo cobriu o amigo que, tamanho o calor de seu quarto abafado, dormia nu. Mais tarde, pegou o primeiro avião rumo ao Egito, para retomar sua jornada de trabalho árduo.

Mas o avião caiu.


FIM




Mas o Henry sobreviveu, por ter consigo um pára-quedas com canoa acoplada Queda ao Mar, à venda nas melhores lojas do ramo.

FIM [2]

5 comentários:

  1. - muito bom, HSAHASUHUASHASU, nessas horas ruins, ler isso me faz rir !

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  2. creche menino jesus,padaria pão de ouro (olha a propagandaaaaaaaa)
    rsrsrsrsrsrsrsrsrs
    aids por causa do carlão e carlinhos fura fura foi otima rsrsrsrs ziper da bermuda tb... sabe como é essas coisas acontecem mesmo....rsrs
    premio enorme kkkkkkkkkk (aposto q o b tava la)rsrs
    bj

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  3. Tudo de bom! rsrs! Este cara eh mesmo um guerreiro! rsrs! Adorei!

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  4. Na verdade a intenção era usar nomes corriqueiros, daí percebi que utilizei de nomes corriqueiros na minha vida, rsrs.

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  5. Muito bom! ^^

    Criatividade nota 10 (Y)

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