sexta-feira, 17 de junho de 2011

Ausência e preço

Filha, olhaste sem dó nos meus olhos
e expressara sem medo as palavras
que me cortaram o coração em retalhos
se espalharam pela imensidão que era o meu amor.

Revelaste ao pai, sem temor
um medo maior do que imaginara pudesse ter.
Enquanto seus doces lábios deslizavam, angelicais
dilaceravam, mortais, as palavras que reduziram meu sorriso
sincero, de pai, ao meu olhar severo de guardião
o qual não pudera oferecer suficiente proteção
a observar-te perdendo a cometer meus erros de dias passados.

Não fui pai o suficiente para lhe parar.
Talvez ausente, inexperiência que causou meu desespero.
Resta agora sua presença, fria e dura
sincero olhar de despreso, fúria
a doçura de filha minha que dizes não
à triste súplica de um pai a lhe pedir pão.

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