terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Remakes. Sim ou não? - Parte I: Resident Evil

Como todo mundo que já viveu alguma certa quantidade de anos de vida, bem sabemos que o saudosismo começa a nos aflorar conforme os anos vão se passando. E uma maneira bem bacana de relembrar o passado sem que a regra dos 15 anos nos obrigue a rever gráficos toscos e piadas atrasadas, nos chateando, é através de releituras do que se passou. Eu poderia citar filmes, adaptações e teatro; mas o ponto chave da discussão que quero abrir é relacionado a uma arte um tanto contemporânea demais, que é a indústria dos games.


Se pararmos pra pensar, já fazem cerca de três décadas que estamos aí com nossos consoles, e o que um dia esteve um tanto relacionado a um hobby ou passatempo, hoje se fez uma indústria e fonte de arrecadações bilionárias. Games passaram a ter roteiro, sonoplastia, direção de imagem, conceitos de física,  matemática, computação e uma caralhada de coisas que seria um tanto complexo eu me inteirar de detalhes.

O ponto em que quero chegar está totalmente ligado à parte de roteiros de vídeo game, citar alguns que possuem mais de década de continuidade, e apontar o porque de remakes serem tão necessários nos dias atuais. Para isso, eu sou obrigado a utilizar de universos que possuo algum domínio e para isso escolhi os seguintes games:

- Resident Evil
- Castlevania
- Tomb Raider
- Final Fantasy
- Super Mario Bros.

Em cinco postagens, pretendo ressaltar o porque de cada um desses games terem sido ou precisarem ser readaptados, começando por aqui, com o clássico Survival Horror de 1996. Resident Evil.

Resident Evil

A série de vídeo game que incendiou na mente de muitos adolescentes o anseio pelo apocalipse zumbi completa 17 anos de existência nesse ano, com um rol de games imenso, uma franquia de cinema que deixa a desejar, outra franquia de filmes escondida no submundo nerd e uma história que vem se perdendo com o tempo (meu ponto de vista, que fique claro). Vamos lá:

1996: Resident Evil
1998: Resident Evil 2
1999: Resident Evil 3: Nemesis
2000: Resident Evil Code: Veronica
2002: Resident Evil Zero
2005: Resident Evil 4
2009: Resident Evil 5
2012: Resident Evil Revelations
2012: Resident Evil 6

Esses são só os games que compõem a trama principal da série. Temos ainda a série Survivor, os dois Outbreaks, The Umbrella Chronicles, The Darkside Chronicles, Operation Raccon City, uma caralhada de games pra celular, mais alguns que esqueci de citar e o Remake, que é o ponto que quero destacar.

Resident Evil Remake, lançado pra Nintendo Game Cube, em 2002; foi uma sacada genial da Capcom. O game não se destacou muito na época, talvez devido ao próprio Game Cube, que foi um console tímido no mercado daquela época. Em dois cds e sem delongas, o cenário clássico da mansão Spencer foi totalmente remoldado, os túneis subterrâneos e o laboratório secreto da Umbrella reconstruídos de maneira ímpar, com um toque sombrio digno de um Survival Horror de nível, com uma qualidade gráfica poética. O game contou com novos cenários, quebra-cabeças, desafios, bosses e jogabilidade, sem que perdesse a essência do jogo original, e contava com nada mais nada menos que DEZ finais diferentes. Ligeiramente diferentes, confesso, mas diferentes.

Era a primeira vez na vida que eu via um game ser relançado e isso abriu minha mente para um universo de imaginações.

Apesar de toda a atenção dos fãs da trama naquela época ser bastante voltada para os sucessores 2 e 3, os mais saudosistas (isso em 2002) sem dúvidas tiveram espasmos de euforia ao jogar esse grande game. Eu, por acaso, tive o prazer de termina-lo duas vezes no ano passado e recomendo.

Hoje, dezessete anos após o primeiro game, a série segue adiante, mas o seu público alvo não é exatamente o mesmo. Eu mesmo abandonei a trama no dia em que vi o Leon com uma franja emo e uma espingarda com mira a laser atirando em malucos espanhóis que tapavam machadinhas. Mas tenho consciência de que um novo legado de fãs surgiu a partir de Resident Evil 4, e é provavelmente o público que alimenta a produção da franquia atual. Quem sou eu pra julgar certo e errado nesse caso? Mas penso, sim, que a série se traiu com o tempo.

Resident Evil 6 é repleto de referências aos games antigos e conta com a presença ilustre de Sherry Birkin (nunca imaginei que a veria de novo). Garanto que mais de 70% da galera que joga esses novos jogos não faz ideia de quem seja essa personagem, e eu não estou aqui pra chamar ninguém de "poser", como a internet adora ressaltar. São os novos fãs, do que a nova série se tornou. Fãs do Leon, e não do Chris. São esses caras que mantêm a chama de Resident Evil acesa, e graças a eles a obra de arte que é o "sexto" game está aí.

Observação: Você tem que ser muito freak para, com doze anos de idade, em pleno ano de 2013, caçar um PlayStation pra jogar os primeiros Resident Evil, eu te entendo, criança da atualidade.

Mas a Capcom notou que possui fiéis um tanto perdidos no que diz respeito à sua trama de zumbis e ouvi boatos de que um remake de Resident Evil 2 está por vir (aplausos). Isso é grandioso! É magnífico! É necessário. Uma história como essa não pode se perder assim, com o tempo, e um remake desses seria um link com o passado de proporções inimagináveis.

Tenho esperanças de que o Leon não venha como um super soldado de destruição em massa, afinal ele nada mais era que um recém contratado do RPD, na época. Quero muito ver que ideias eles terão pra um novo game desses, quinze anos depois do lançamento do original. Seria muito épico um único game que agradasse os saudosistas e os novos gamers. Você acha isso possível?



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